Autor: Ernesto Norio Takahashi
Data: Junho de 2007
Palavras-chave: deriva, eucalipto, fitotoxicidade, tolerância.
Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos de deriva dos
herbicidas clomazone e sulfentrazone em dois clones comerciais de E. grandis x E.
urophylla da Votorantim Celulose e Papel, Unidade Florestal. A pesquisa foi realizada
em duas etapas. O Ensaio 1 foi o exploratório, para determinação da dose crítica dos
herbicidas clomazone e sulfentrazone e, o Ensaio 2, o efeito das aplicações de
subdoses destes herbicidas em plantas de eucalipto, determinadas previamente no
Ensaio 1. A metodologia de plantio e condução do experimento foram semelhantes
para os dois ensaios, sendo as mudas previamente selecionadas de dois clones
(VCP1 e VCP2) e plantadas em vasos com capacidade para 5,0 L, preenchidos com
Neossolo Quartzarênico. Ao redor de 80 dias após o plantio foi realizada a aplicação
dos herbicidas. O delineamento experimental do Ensaio 1 utilizado para cada
herbicida foi o de blocos casualizados com os tratamentos dispostos em esquema
fatorial 2x9, com três repetições, onde constituíram como fatores principais dois
clones de eucalipto expostos a oito doses do herbicida para o Ensaio 1. No caso do
Ensaio 2 o delineamento experimental foi o mesmo, no entanto, no esquema fatorial
de 2x8. A avaliação de ambos ensaios foram realizados 30 dias após a aplicação, e
no caso do Ensaio 2 fez uma avaliação dos sintomas da aplicação dos herbicidas ao
longo do experimento. O Ensaio 1 indicou como sendo as doses críticas entre 18 a
180 mL ha-1 e 22 a 220 mLha-1, para clomazone e sulfentrazone, respectivamente.
Em função disso foi estabelecido as doses para o Ensaio 2, sendo para o herbicida
clomazone de 0 a 2000 mL ha-1 e para o sulfentrazone de 0 a 1500 mL ha-1. No
Ensaio 2 observou-se que a aplicação do clomazone resultou em folhas novas
rosadas, amareladas e em alguns casos esbranquiçadas como um todo ou parte
dela, e as nervuras mantiveram-se verdes. Observou-se também que as folhas
velhas tornaram-se mais verdes e grossas. Houve redução nas características de
crescimento variando de 13 a 57%. A dose crítica do clomazone foi de 800 e 1200
mL ha-1, para os clones VCP1 e VCP2, respectivamente. Para o sulfentrazone os
sintomas da deriva resultaram em necrose generalizada nas folhas novas e velhas,
ao redor da necrose formou-se uma região arroxeada. Observou-se também a
deformação extrema das folhas novas, regular nas folhas velhas e a perda da
dominância apical das plantas. As características de crescimento indicaram redução
de 9 a 58%. Para este herbicida, a dose crítica foi de 75 mL ha-1 para o clone VCP1 e
1200 mL ha-1 para o clone VCP2. As respostas dos materiais genéticos indicam que
o clone VCP2 é mais tolerante aos dois herbicidas estudados quando comparado ao
VCP1, e poderá tornar-se uma ferramenta estratégica de manejo florestal.